Uma dieta saudável e equilibrada pode ter o mesmo efeito que a restrição calórica no prolongamento da vida.
Desde a década de 30, pesquisas estabeleceram um dos principais dogmas da medicina do envelhecimento: vive mais e melhor quem come menos. Mas um estudo do Instituto Americano de Envelhecimento, contestou esse conceito ao mostrar que uma dieta equilibrada, com fontes variadas de carboidratos, proteínas e gorduras, tem o mesmo impacto na longevidade que uma alimentação restritiva. Ou seja, não é preciso passar fome para prolongar a vida. Basta comer direito.
A pesquisa acompanhou 121 macacos da espécie Rhesus durante 25 anos, uma parte dos primatas foi alimentada com o correspondente a 2.200 calorias diárias, composta de substâncias antioxidantes, como as encontradas nos óleos de peixes, frutas e cereais integrais. As demais cobaias receberam o mesmo tipo de alimentação, mas com 30% a menos de calorias. Ao contrário do esperado, a taxa de mortalidade foi a mesma entre os dois grupos de animais.
Uma pesquisa de 2009, patrocinada pelo Centro Nacional de Pesquisa com Primatas de Winsconsin, nos EUA, onde consolidava a restrição alimentar, também foi feita com macacos Rhesus durante 20 anos. Nessa pesquisa os animais alimentados com poucas calorias, o índice de morte foi de 13%, e entre os animais deixados livres para comer, eles não só morreram mais (37%) como chegaram ao fim da vida com diabetes, câncer e doenças cardíacas, males associados ao envelhecimento.
A discrepância entre as duas pesquisas está que , na pesquisa de Winsconsin a dieta era rica em açucares, cerca de sete vezes mais que na do Instituto Americano de Envelhecimento.
Para o endocrinologista Carlos do Nascimento, “não cabe definir qual é o estudo mais bem feito...mas devemos admitir que uma dieta equilibrada tem o mesmo efeito sobre a longevidade que a restrição calórica.”
Revista Veja 05 de setembro 2012.
Texto elaborado pela professora Adriana Menon.
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