Fonte:
O Estado de São Paulo, Domingo, 5 de Agosto 2012 pág A20.
O aumento do consumo de drogas utilizadas no tratamento da
epilepsia e diabete cresceram em menos de um ano após a proibição da venda de
remédios derivados de anfetamina usados no tratamento da obesidade pela Anvisa
(Agencia Nacional de Vigilância Sanitária). No entanto, esses medicamentos
(topiramato, liraglutina, bupropiona e metformina) não foram aprovados e nem
amplamente testados no combate a obesidade, não sendo totalmente seguros e
eficazes para estes casos, embora façam perder peso. Por isso têm sido
indicados para quem não consegue emagrecer tomando sibutramina ou orlistase, as
duas opções oficiais restantes.
A falta de opção de remédios para emagrecer fez com que
aumentasse a prescrição por parte dos médicos de remédios como o
anticonvulsivante topiramato, que cresceu 64% no primeiro semestre de 2011 em
relação ao mesmo período de 2010. Entre os principais efeitos colaterais estão
lentidão cognitiva, diminuição de raciocínio, esquecimento de palavras em um
discurso e malformação fetal (risco de lábio leporino).
O Victoza (liraglutida) indicado para o tratamento do
Diabetes teve uma explosão de vendas após reportagem em uma revista que apontou
como a droga “milagrosa” na perda de peso.
Segundo depoimento da professora de inglês Sônia Aparecida
Moreira do Nascimento, que chegou a consumir o Victoza, suspendeu o tratamento
por não suportar os efeitos adversos, além de não perder peso, decidindo por
fazer a cirurgia de redução do estômago.
Outro medicamento que teve seu consumo aumentado foi o uso
de antidepressivos no combate a obesidade.
De acordo com Walmir Coutinho, presidente da Associação
Internacional para Estudos da Obesidade, muitos médicos prescrevem esses
medicamentos para quem quer perder 3 ou 4 kilos, sendo inaceitável. São
remédios não aprovados para tratar a obesidade, e nesses casos, os riscos são
maiores que os benefícios.
Para Lembrar: Nos EUA foram aprovados novos remédios para combater a obesidade, sendo eles o Belviq (lorcaserina) e Qsymia (mistura de fentermina, derivada de anfetamina e topiramato indicado para tratar epilepsia e tratar enxaquecas). Ambos são indicados para adultos com IMC igual ou superior a 30 ou para adultos com IMC maior que 27, desde que tenham ao menos uma comorbidade associada, como hipertensão, diabetes tipo 2, síndrome metabólica e ou colesterol alto.
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