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Desenvolver potencialidades individuais, por meio da prática de atividades físicas, como corrida, caminhada, musculação, circuitos funcionais, ginástica, coach em atividade física, é a nossa Missão. O incentivo constante do Personal Trainer, contribui para que o aluno pratique suas atividades físicas de forma motivada e possa alcançar níveis elevados de qualidade de vida, além de aprimorar o condicionamento físico e aparência, conquistando auto-estima, disposição e energia. Conheça a MAP e fique com quem realmente sabe o que faz e pode contribuir com excelência para seu desenvolvimento pessoal por meio da atividade física. Interesses Atividade Física geral, qualidade de vida, esportes, dança, treinamento funcional

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Os caminhos para envelhecer bem

Atividade física ajuda a evitar problemas no sistema musculoesquelético. O ideal é que ela comece na infância.

O estereótipo do idoso cheio de dores no corpo, com limitação de movimentos e vitimado por quedas, remete claramente aos problemas causados pela falta de cuidados com o sistema musculoesquelético durante as fases anteriores da vida. Ossos, músculos, articulações, cartilagens, tendões e ligamentos começam a se desgastar a partir dos 30 anos de idade. Uma alimentação balanceada é essencial para a boa saúde dessas estruturas. Mas mantê-las em movimento por meio de atividade física é fundamental para retardar a degeneração e reduzir os riscos de osteoartrose e osteoporose, doenças cuja incidência se eleva consideravelmente com o envelhecimento.


A osteoartrose é provocada pelo desgaste das cartilagens, que funcionam como um colchão que impede o atrito entre as extremidades ósseas. Com a degeneração natural do envelhecimento, elas ficam mais finas e enrijecidas, perdendo a função amortecedora. O contato de osso com osso pode provocar dores e, em alguns casos, deformidades.

Quadris, joelhos e a coluna vertebral são as articulações mais afetadas pela osteoartrose, que tem causa genética, é degenerativa e está presente em 50% da população com mais de 60 anos. Não é possível preveni-la, mas movimentar as articulações estimula a circulação do líquido sinovial que lubrifica as cartilagens, contribuindo para retardar a instalação da doença.
O avanço da idade também diminui a produção de massa óssea. Os ossos tornam-se mais frágeis e porosos, levando à osteoporose, doença que atinge principalmente mulheres após a menopausa. Esse problema afeta cerca de um terço das mulheres na faixa entre 60 e 70 anos e dois terços daquelas acima dos 80 anos.

A osteoporose pode levar a fraturas espontâneas e, consequentemente, a quedas, que hoje respondem por 70% das mortes acidentais de idosos. Atividades físicas que promovam ganho de massa óssea ajudam a prevenir a doença e até a promover a reversão parcial em quadros já instalados.

Para chegar aos 60 anos sem as consequências de um sistema musculoesquelético negligenciado, a atividade física deve ser incorporada à rotina ainda na infância e mantida ao longo da vida.


Caminhadas diárias durante o dia, alongamento e trabalho assistido de fortalecimento muscular são suficientes para garantir bem-estar e disposição. Contudo, até uma simples caminhada requer cuidados. Buscar orientação é recomendável, seja para determinar o melhor tipo de trajeto, a postura correta ou o movimento mais adequado e com maior potencial de eficácia para cada pessoa.​

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Calendário de Provas 2014

Acompanhe aqui as provas já confirmadas para 2014 em Campinas, São Paulo e região. Para ficar atualizado, sempre confira a página de Calendário de Provas aqui.

9
Jovem Pan Night Run
Praia Grande - SP
25 de Janeiro
1
Corrida da Montanha
Mairiporã - SP
26 de Janeiro
12
Vale Run
Tremembé - SP
16 de Fevereiro
2
Corrida da LuaCampinas - SP
22 de Fevereiro
Inscrições aqui
10
Xtreme Race
Águas de São Pedro - SP
22 de Fevereiro
8
Meia Maratona Internacional
São Paulo - SP
23 de Fevereiro

7
Xterra Endurance 50k
Santo André – SP
22 de Março


6
Meia Maratona Amil
23 de Março
Campinas - SP


5
19º Corrida
Taubaté - SP
30 de Março

4
Night Run - Etapa Marte
Campinas - SP
14 de Junho
Inscrições aqui


9
Corrida e Caminhada Esperança
Campinas - SP
03 de Agosto
Inscrições aqui


3
Night Run - Etapa Júpiter
Campinas - SP
13 de Setembro
Inscrições aqui

11
Maratona SP
São Paulo - SP
19 de Outubro

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O coração já não é mais o mesmo

Desenvolvidas para o tratamento do colesterol alto, as estatinas estão entre os remédios mais consumidos no mundo. Só nos Estados Unidos há 36 milhões de pacientes. No Brasil, 8 milhões. Dá-se como certo que o número de pessoas em tratamento com estatinas deve dobrar a partir da divulgação, na semana passada, da nova cartilha para a prevenção de problemas cardiovasculares, elaborada pela Associação Americana do Coração e pelo Colégio Americano de Cardiologia. Entre as principais mudanças em relação às orientações anteriores, lançadas em 2002, estão, além da ampliação da prescrição de estatinas, a extinção de metas específicas para a redução de LDL, o colesterol ruim, tão firmemente acompanhada pelos médicos, e a criação de um teste rigoroso para o cálculo do risco cardiovascular. Diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: “As mudanças propostas abrem a possibilidade de tratamento para pessoas que se encontravam sob ameaça, mas que, até agora, não estavam em grupos de risco”.


Os distúrbios cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, com 17 milhões de óbitos todos os anos (300 000 deles no Brasil). O aumento nos casos de infarto e derrame está diretamente associado aos piores hábitos da vida moderna: obesidade, tabagismo, dietas desequilibradas (abundantes em sal, açúcar e gorduras) e sedentarismo. Esses fatores contribuem para deixar as artérias entupidas, enrijecidas e inflamadas. Não bastasse a dificuldade de mudanças no estilo de vida, uma minoria de pacientes segue o tratamento à risca. Entre os brasileiros, eles não passam de 20%. Não é à toa, portanto, que se dá o cerco agora anunciado. As diretrizes americanas dividem em quatro grupos os candidatos a tratamento com estatinas. Precisam receber tratamento medicamentoso todas as vítimas de doenças cardiovasculares; quem apresenta taxas de LDL acima de 190 miligramas por decilitro de sangue; os diabéticos acima de 40 anos; e aqueles que têm uma probabilidade de 7,5% ou mais de desenvolver infarto ou derrame nos próximos dez anos. Pela nova matemática, uma mulher de 65 anos, fumante, com bons níveis de colesterol total, colesterol bom (HDL) alto e pressão arterial dentro da normalidade precisa ser medicada. Até agora, ela não estava no radar dos cardiologistas. De acordo com as novas orientações, essa mesma senhora receberia a prescrição de doses de estatinas de moderadas a altas, conforme a avaliação médica.

A agressividade de uma terapia à base de estatinas não se define apenas pela quantidade de doses recomendada. Há pelo menos seis tipos desses medicamentos anticolesterol no mercado, cada um com uma potência específica. A atorvastatina (princípio ativo do famoso Lipitor, entre outros) e a rosuvastatina (do Crestor) estão no arsenal das terapias mais agressivas. A meta nesse tipo de abordagem é a redução de 50% ou mais nos níveis de LDL. No rol dos tratamentos moderados, quando se pretende baixar as taxas de colesterol ruim entre 30% e 50%, estão a sinvastatina (do Zocor) e a pravastatina (do Pravacol). Aqui, um parêntese: no Brasil, os doentes tendem a receber doses inferiores às ideais. Já está comprovado que, a cada redução de 80 miligramas de LDL, diminui em 52% o risco de infarto e em 42% o de derrame.

Para quem está acostumado a acompanhar os níveis de colesterol, em sucessivos exames de laboratório, pode soar estranho não ter sido feita até aqui, nesta reportagem, nenhuma referência aos patamares ótimos de LDL. Eis aí outra grande mudança proposta pelas novas diretrizes — e um de seus pontos mais controversos. Esqueça as taxas ideais de LDL, que deixam de ser a meta crucial de correção cardiovascular. Até então, se o colesterol ruim de uma pessoa sem nenhum fator de risco estivesse em 220, ela seria orientada a baixar o LDL para 160 — ou 60 miligramas a menos. Agora, nas mesmas condições, o estímulo será para cortar o LDL em 50% — 110 miligramas a menos. “Não há evidências científicas fortes o suficiente para basearmos o tratamento do LDL em metas específicas”, disse a VEJA o cardiologista americano Robert Eckel, professor da Universidade do Colorado e um dos coordenadores das orientações recém-divulgadas. “Temos, sim, a certeza científica de que o benefício cardiovascular está diretamente relacionado às doses de estatinas prescritas e, repito, não a esse ou àquele parâmetro.” Os especialistas acreditam que essa reviravolta encontrará resistência no cotidiano dos consultórios médicos. “Aqui no Brasil, sabemos que ter metas é crucial tanto para os médicos quanto para os pacientes”, diz Hermes Toros Xavier, presidente do departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. “Aumenta a adesão ao tratamento.”

As propostas contidas na cartilha das entidades de cardiologia americanas têm como base um teste para o cálculo do risco cardiovascular. Ele substitui a avaliação feita a partir do estudo de Framingham, o maior e o mais longo levantamento sobre a saúde do coração, em andamento desde 1948. O método antigo avaliava o risco de uma pessoa vir a sofrer uma doença do coração nos próximos dez anos. A partir da compilação dos quatro maiores estudos epidemiológicos realizados desde o lançamento da primeira estatina, a lovastatina, em 1987, os autores das novas diretrizes desenvolveram um questionário mais preciso do que o de Framingham. O teste de agora não dimensiona apenas o perigo das doenças cardíacas, mas também o de derrame. Além disso, são levadas em consideração as particularidades de diferentes raças (veja o quadro abaixo). O resultado avalia se a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares nos próximos dez anos é igual, maior ou menor que 7,5%. Esse é o único número, segundo as orientações americanas, ao qual devemos estar atentos. Ele é um dos parâmetros para usar e de que modo usar a estatina, tida como a aspirina do século XXI.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Açucar: Quanto custa esse prazer?

Excesso de glicose causa dependência e doenças crônicas. Saiba como se livrar e evitar doenças.

Aquele a quem todos chamam de “formiguinha” pode ser um viciado em açúcar, substância presente em alimentos doces e salgados que pode ser tão perigosa à saúde quanto as citadas anteriormente. Segundo a nutricionista americana Brooke Alpert, uma das autoras do livro The Sugar Detox [“A desintoxicação de açúcar”, sem tradução para o português], tal consumo exagerado tornaria o indivíduo mais propenso a desenvolver certos tipos de cânceres, como o de mama e o colorretal. Além disso, boa parte do açúcar que você come é convertida em gordura visceral e, consequentemente, em prejuízos. “Ela se deposita principalmente ao redor da cintura, fazendo com que o corpo adquira uma forma de maçã. E acarreta todos os problemas médicos associados à ingestão da substância”, afirma a autora, em entrevista exclusiva à VivaSaúde. “Se você engordar comendo 3.000 calorias com duas dietas diferentes, uma com 20% de açúcar e outra com 10%, a primeira multiplicará mais as células de gordura, apesar de o número de calorias ser o mesmo”, acrescenta Wilmar Accursio, endocrinologista e nutrólogo, que também é Diretor da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SP).


Doce veneno
Dentre os quadros clínicos desencadeados pelos excessos, estão as doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial e a obesidade. Esse último facilita o surgimento do diabetes tipo 2, patologia crônica subestimada pelos “formigas”. A doença torna o organismo resistente à insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas para controlar a entrada de açúcar nas células. Se a insulina produzida é insuficiente ou ineficaz, os açúcares acabam retidos na corrente sanguínea, acarretando uma série de complicações e até a morte — caso a enfermidade não seja devidamente tratada. Carlos Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), fala que o sobrepeso “resulta em danos na coluna, aterosclerose (fechamento dos vasos que fornecem sangue e oxigênio ao coração) e lesões no fígado”. Aumento do volume do abdome e flatulência são outros problemas comumente apresentados por viciados em açúcar. “Tais alterações, podem, entre outros fatores, relacionar-se a mudanças na microbiota intestinal. O excesso de açúcares simples (caso da sacarose, que é o tipo usado nos lares) leva à maior fermentação, o que gera desconforto abdominal e gases. Além disso, fungos e bactérias patogênicas utilizam-no para crescer e se proliferar”, diz Clarissa Poletti, nutricionista e diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Essential Nutrition (SC).

Realmente necessário?
Você já deve ter ouvido falar que o corpo humano precisa de açúcar para desempenhar suas atividades rotineiras. Pois saiba que a substância em questão não é a sacarose, mas sim a glicose, que atua como principal combustível no funcionamento de órgãos, tecidos e músculos. É considerada um carboidrato simples, pois sua absorção pelo organismo é feita rapidamente. Isso não significa, contudo, que uma alimentação saudável deve ser baseada somente em glicose pura, tampouco em outros carboidratos simples, como a frutose (derivado das frutas e do xarope de milho), a lactose (presente no leite) e também a maltose (cerveja e cereais).

Desejo incontrolável
Exagerar nessas substâncias pode desencadear compulsões. “Dependentes de açúcar sofrem assim como viciados em álcool e drogas. A causa disso está na forma como o ingrediente é metabolizado: quando ingerimos alimentos ricos em carboidratos simples, acontece um pico no nível de glicose no corpo, que é seguido por uma baixa. Durante essa baixa, sentimos falta de disposição e passamos a desejar mais açúcar. Isso cria um ciclo vicioso”, diz Patricia Farris, dermatologista e coautora da obra The Sugar Detox. Além disso, a glicose estimula o sistema límbico — parte do sistema nervoso central responsável pela sensação de prazer. Accursio explica que, ao ingerirmos doces, há secreção de insulina. A reação química acaba priorizando a entrada de triptofano no cérebro. Tal aminoácido serve como matéria-prima para a fabricação de serotonina, levando o corpo à sensação de calma, prazer e bem-estar. “Faz parte da nossa cultura consumir um doce como sobremesa, recompensar boas atitudes com guloseimas, tomar um café com bolo com os amigos no final da tarde. Por anos, essas situações nos condicionaram a associar o açúcar a lembranças de bons momentos”, completa a nutricionista Clarice.

Solução complexa
O certo é investir nos carboidratos complexos, presentes em alimentos como arroz, cereais, pães e massas, eles garantem maior saciedade e não geram picos no índice glicêmico. “Por exemplo, se você consome 2.000 kcal/dia, não deve exceder 200 kcal de açúcar ou carboidratos. Isso equivale a 2 colheres de sopa (24 g). Mas atenção: essa quantidade se refere ao total consumido durante o dia, em todos os alimentos. Ou seja: abrange desde a colher de chá que você usa para adoçar o café da manhã até a quantidade presente em biscoitos, bolos, tortas e outros doces”, recomenda Accursio.

O efeito do controle
Por isso, é preciso ficar atento aos alimentos e condimentos que contêm açúcares escondidos. Accursio fala ainda que o uso controlado de adoçantes, mel e açúcar mascavo ajuda a livrar-se da sacarose. Embora esteja comprovado que o excesso de frutose pode ser mais prejudicial do que o de glicose, a nutricionista Clarisse lembra que o problema está no xarope de milho, e não nas frutas. O ideal é fugir da primeira opção. “As frutas são acompanhadas por minerais, vitaminas e fibras, que reduzem os malefícios do vilão no organismo. Já o xarope de milho, utilizado pela indústria, é uma combinação quase em partes iguais de glicose e frutose. Isso porque essa última é 70% mais doce que a sacarose, e seu custo mais barato. A frutose é mais estável em soluções líquidas como os refrigerantes, justificando seu uso disseminado nestes”, conclui a especialista.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Esperança para o Diabetes

Pesquisadores da Universidade Harvard descobrem hormônio capaz de multiplicar as células produtoras de insulina. A betatrofina é o que há de mais promissor no tratamento da doença

É a notícia mais animadora no combate ao diabetes desde o isolamento da insulina, em 1921. Em artigo publicado na revista científica Cell, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, anunciaram a descoberta do hormônio betatrofina, capaz de promover a proliferação das células beta.


Localizadas no pâncreas, elas são responsáveis pela síntese de insulina, também um hormônio, imprescindível para a entrada de açúcar nas células de todo o organismo. Nos diabéticos, as células beta ou são destruídas ou não funcionam a contento. Nas experiências com camundongos, em cujo metabolismo foi acelerada em laboratório a produção de betatrofina, o número de células secretoras de insulina aumentou, em média, dezessete vezes; chegou a 33 vezes, em alguns casos.

Encontrado no fígado e no tecido adiposo, já está provado que, entre os seres humanos, o hormônio recém-descoberto tem a mesma função. “O achado de Harvard tem o potencial de levar à cura do diabetes”, diz Freddy Eliaschewitz, diretor do Centro de Pesquisas Clínicas (CPClin), de São Paulo, e um dos grandes estudiosos do assunto no Brasil.

Com 366 milhões de vítimas no mundo, 12 milhões delas brasileiras, o diabetes é uma doen­ça crônica grave e em franca ascensão. Em 2030, os doentes devem chegar a 552 milhões. Apesar da alta taxa de mortalidade em decorrência do problema, a adesão ao tratamento é baixíssima. No Brasil, por exemplo, apenas 20% dos pacientes diagnosticados seguem as orientações médicas à risca.

Além do controle rígido da alimentação, da prática regular de exercícios e dos medicamentos orais, muitos diabéticos só conseguem controlar a doença com injeções de insulina. São duas, três picadas todos os dias.

Apesar de todos os avanços da medicina, contudo, nenhuma versão sintética da insulina acompanha o ritmo natural do organismo. Em um organismo saudável, ela só é liberada pelo pâncreas quando os níveis de açúcar (ou glicose, no jargão médico) estão acima do normal.

Ainda não se conseguiu desenvolver uma insulina em comprimidos que passe incólume pelo trato gastrointestinal, e as experiências com a insulina inalável se revelaram um fracasso. “Se tudo funcionar como o esperado, a betatrofina poderá substituir de vez a insulina”, disse a VEJA Peng Yi, coautor da pesquisa de Harvard. Ele assina o trabalho com Douglas Melton, diretor do Instituto de Células-Tronco da universidade americana.


O entusiasmo com a betatrofina não é apenas dos pesquisadores. Estende-se também à indústria farmacêutica. O hormônio já foi licenciado pelo laboratório Janssen, subsidiário da Johnson & Johnson. Na Evotec, empresa alemã de biotecnologia, quinze pesquisadores trabalham com a betatrofina.

A expectativa é que a versão sintética do hormônio esteja disponível para pesquisas clínicas em cinco anos. Há ainda, portanto, um longo caminho até que a betratrofina chegue ao mercado. Nos camundongos de laboratório, o hormônio manteve as taxas de insulina em níveis adequados por oito dias. Como a nova substância não foi testada em seres humanos, ainda não é possível prever a periodicidade de administração da betatrofina para o tratamento do diabetes.

A betatrofina é resultado de quatro anos de estudos e teve como ponto de partida um mecanismo já conhecido na endocrinologia. Uma condição conhecida como resistência à insulina. Nela, o pâncreas produz insulina, mas as células do organismo não conseguem aproveitá-la de maneira adequada.

Como forma de defesa, o organismo “entende” erroneamente que está faltando insulina e aumenta a produção de células beta. A equipe de Melton e Yi deflagraram um quadro de resistência à insulina nos camundongos. Em seguida, injetaram a betatrofina nos animais. Pela lentes do microscópio, os cientistas verificaram a intensa replicação de células beta.

Para determinar a origem da nova substância foi utilizada uma técnica de leitura de genes conhecida como análise de mi­croar­ray. Descobriu-se, então, a origem da secreção da betatrofina, no fígado e nas células adiposas. A princípio, o hormônio recebeu um nome em inglês, rabbit, porque foi descoberto no ano chinês do coelho e por promover a multiplicação acelerada das células beta.

Há mais de quinze anos Douglas Melton se dedica ao estudo das células pancreáticas secretoras de insulina. Tudo começou quando seu filho mais velho foi diagnosticado com diabetes tipo 1 – mais tarde sua filha também seria acometida pelo mesmo mal. O diabetes tipo 1 é a versão mais grave da doença. Nela, o sistema imunológico do próprio paciente destrói as células beta.

Com isso, o organismo torna-se incapaz de produzir insulina, o que deixa os doentes dependentes das injeções desse hormônio. Responsável por cerca de 90% de todos os casos de diabetes, o tipo 2 está associado aos péssimos hábitos da vida moderna – as dietas desreguladas e calóricas e o sedentarismo – e a uma tendência genética.

O acúmulo de tecido adiposo pode levar a um quadro de resistência à insulina, o que predispõe ao diabetes. Ainda é cedo para dizer se a descoberta de Melton livrará seus filhos do diabetes, mas certamente ela abriu uma perspectiva promissora no combate ao mal que avança silenciosamente no organismo.

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