Tendinite e corrida: Conheça
os principais problemas que atingem os tendões dos corredores e o tratamento
para cada um deles
Os tendões são estruturas fibrosas, com pouca vascularização (recebem pouco
aporte sanguíneo), que têm como principal função transmitir a força gerada
pelos músculos aos ossos, determinando os movimentos do nosso corpo. As
tendinites podem ser denominadas como a inflamação de algum tendão.
Diversas são as causas que podem gerar um processo inflamatório sobre o tendão.
Entre os corredores podemos citar: falta de alongamento e flexibilidade de
algum grupo muscular, falta de aquecimento antes de atividades esportivas,
excesso de movimentos repetitivos, sobrecarga dos treinamentos e calçado
inadequado.
As tendinites se manifestam através de dores localizadas próximas as
articulações. Geralmente são dores difusas que podem aparecer após uma
atividade física intensa ou em atividades simples como andar, abaixar, subir e
descer escadas.
O diagnóstico é realizado através das queixas do atleta/paciente, palpação do
local da dor, presença de calor e rubor (vermelhidão) no local e exames de
ultra-som e ressonância magnética.
Entre as tendinites mais comuns que acometem os corredores podemos citar:
1) Tendinite de Calcâneo (Aquiles)
Também conhecida como tendinite de Aquiles é a lesão inflamatória mais comum
entre os corredores e acomete o tendão dos músculos da panturrilha (Tríceps
Sural). As dores se localizam na região posterior do calcanhar. Essa lesão pode
ocorrer por insuficiência e/ou desequilíbrio muscular da panturrilha, excesso
e/ou aumento da carga de treinamento e uso de calçados inadequados para o
esporte. Calçados sem elevação do calcanhar podem gerar esse tipo de tendinite.
2) Tendinite Patelar
Lesão conhecida como tendinite do saltador, acometia atletas de vôlei e
basquete, porém, nos últimos anos vem aumentando o número de corredores com
esse tipo de lesão. Acomete o tendão do músculo anterior da coxa (Quadríceps) e
as dores são localizadas bem abaixo do osso patelar. Esse tipo de lesão pode
ocorrer por movimentos repetitivos, excesso de treinamento e desequilíbrio dos
músculos da coxa. Pode também estar associado com desalinhamento dos membros inferiores
como: joelho valgo, quadris largos (principalmente em mulheres) e pé plano
(Chato).
O Tratamento Fisioterapêutico tem início cerca de três a sete dias após a
consulta e prescrição médica de antinflamatórios. O Fisioterapeuta
inicialmente realiza tratamento analgésico e antiinflamatório com recursos de
eletroterapia e após a resolução da dor e do processo inflamatório começa a
segunda etapa do tratamento que visa o reequilíbrio muscular (alongamentos e
fortalecimentos).
Na última etapa, o objetivo é corrigir possíveis alterações posturais e passar
orientações sobre calçados mais adequados, se necessário. Nessa fase também se
inicia um treino leve do gesto esportivo com o atleta e após alguns testes
funcionais ocorre a liberação para treinos e pratica esportiva.
Prevenção: É possível realizar trabalhos preventivos com finalidade de evitar
tendinites e outras lesões. O Fisioterapeuta tem condições de implantar séries
de alongamentos e fortalecimentos excêntricos de forma periódica, bem como
atuar na orientação sobre calçados e correções posturais.
Atenção: As tendinites fazem parte de um grupo de patologias chamadas
tendinopatias (lesões que acometem os tendões), geralmente uma tendinite mal
avaliada, não tratada ou tratada de forma incorreta pode gerar uma tendinose,
que passa a ser a condição de total degeneração do tendão que pode levar a
ruptura do mesmo.
Nos casos em que ocorre a ruptura do tendão o tratamento passa a ser cirúrgico
e o atleta geralmente fica afastado por alguns meses da prática esportiva para
tratamento e recuperação. Dependendo da gravidade da degeneração o atleta pode
ser afastado definitivamente do esporte.
Dica: Se você já apresentou caso anterior de tendinite ou tem dores nas regiões
distais dos músculos próximo às articulações, procure os profissionais médico e
fisioterapeuta para o correto diagnóstico e tratamento, só assim você terá
condições de continuar sua pratica esportiva com segurança.
Dr. Evaldo D. Bosio Filho
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